terça-feira, 15 de junho de 2010
711,14% X 63,96%
Em 2000 o governo abriu a possibilidade para os trabalhadores adquirirem ações da Petrobrás com o dinheiro depositado na conta do FGTS. Na verdade, a operação não implicava desembolso, mas de trocar uma aplicação que rende líquido e certo 3% a.a. por uma aplicação de maior risco. Afinal, o valor depositado era seu fundo de garantia em caso de demissão ou outra necessidade. Também, na ocasião, havia uma carência de 2 anos para quem fizesse a operação, ou seja, o valor investido em ações não poderia ser resgatado antes do tempo.
Isso deixou muitos trabalhadores inseguros, afinal estariam assumindo um risco maior e com a liquidez limitada. Adicionando uma falta de cultura de investimento em ações, apenas 317 mil trabalhadores usaram o saldo do FGTS para a aquisição dos papéis, resultando em um investimento 46% do total ofertado.
Desses 317 mil, apenas 95 mil ainda possuem os papéis e, supondo que na época tivessem aplicado R$ 1.000,00 em papéis da Petrobrás, já ganharam R$ 7.111,40, ao passo que os que deixaram o dinheiro nas contas do FGTS ganharam apenas R$ 639,60. Isto representa um ganho adicional de R$ 6.471,80 nesses 10 anos.
Vale a pena a gente pensar um pouco em dois pontos importantes: o primeiro está relacionado ao investimento em ações. Para quem não lida todos os dias no mercado financeiro, pensar em comprar papéis de empresas de primeira linha com vistas no longo prazo sempre foi um bom negócio. Assume-se risco maior, mas história nos diz que ainda é negócio quando pensamos em investimentos de longo prazo.
O segundo ponto, é que quem comprou ações em 2000, poderá participar do processo de capitalização da Petrobrás para exploração da camada do pré-sal, com até 30% do saldo do FGTS. O investidor deve estar atendo, pois quando for divulgado lançamento da capitalização, o processo implicará que o interessado deverá se dirigir a uma agência da Caixa Econômica Federal e assinar sua opção.
Quem não comprou ainda resta uma esperança: há um projeto de lei do senador Paulo Paim para permitir que todos os trabalhadores utilizem 10% do saldo da conta do FGTS neste processo de capitalização. O projeto está tramitando na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado e, se aprovado, seguirá para a Comissão de Infraestrutura da casa, onde será votado em caráter terminativo. Depois seguirá para a Câmara dos Deputados e para a avaliação do presidente da República.
Fique atento e diga a seu deputado que tem interesse na aprovação do projeto.
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