sábado, 27 de fevereiro de 2010

Telebrás: você pode ter dinheiro e não sabe


As ações da Telebrás subiram cerca de 35.000% desde 2003. Se você achou que errei na quantidade de zeros, esqueça. É isso mesmo.
Para quem não se lembra (ou não sabe), antigamente as pessoas compravam a linha telefônica e muitas vezes esperavam anos para que ela fosse instalada. Eram os tais planos de expansão que as companhias telefônicas lançavam. Normalmente se pagava parcelado em 36 meses e uns dois anos depois que já haviam quitado os telefones, as companhias iam chamando os felizardos que adquiriam suas linhas para instalação. Diante da falta de disponibilidade deste serviço, havia um comércio paralelo de linhas telefônicas e muita gente ganhou dinheiro com isso. É a Lei da Oferta e Procura funcionando, pois diante da oferta restrita, quem tinha disponibilidade comprava e revendia com algum lucro. Foi um período em que investir em linha telefônica era um bom negócio.
Nesta época, aqueles que adquiriam suas linhas através de planos de expansão, também compravam (muitas vezes sem saber) ações da Telebrás. Ou seja, no pagamento das parcelas estava embutido o valor das ações que eram adquiridas sem que o interessado soubesse, pois na ocasião ele pensava apenas na nova linha de telefone que utilizaria ou comercializaria.
Veio a privatização e com ela a abundância de operadoras e disponibilidades de linhas que conhecemos e acompanhamos pela oferta que todas elas nos fazem diariamente, principalmente com o advento da portabilidade. Muita gente que possuia ações da Telebrás vendeu suas posições e ganhou algum dinheiro.
Entretanto, ainda existem pessoas que desconhecem que são acionistas da empresa e que podem ter algum dinheiro sem saber. Se você ou algum parente próximo (pai, avô, por exemplo) adquiriu a linha telefônica a partir de algum plano de expansão, convém dar uma verificada se essas ações não foram vendidas. Muita gente vendeu a linha telefonica naquela época, mas não vendeu as ações. Por isso, convém verificar se tem alguma coisa por lá e, desta forma, apareceu um dinheirinho extra. Já pensou em uma pequena herança que você nunca recebeu. Ela pode estar lá, esperando por você.
Para isso, você deve ir a uma agência do Banco ABN Anro Real, que é o custodiante, munido do CPF e documento de identidade (seu do do seu parente), e solicitar a consulta. O processo é rápido (depois que conseguir ser atendido, é claro) e fácil. Para saber um pouco mais, disponibilizei na seção Vídeos do InfoMoney, à direita neste blog, uma entrevista com a analista da SLW Corretora, Rosângela Ribeiro, que explica direitinho este assunto.
Boa sorte!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Pagamento a vista com desconto ou parcelado?


Nas compras, em geral, a oferta de pagamento parcelado é um chamariz que o lojista oferece ao consumidor e, também, a armadilha para pegar aqueles consumistas que não podem perder uma boa oferta. A facilidade de pagamento e a forma encontrada para aumentar as vendas das empresas. Assim, você compra em 1 + 3 no cheque, 10 vezes sem acréscimo no cartão, etc.

O que devemos sempre perguntar é qual o desconto que você pode conseguir se pagar a vista. Muitas vezes o vendedor fala em 5% de desconto e você faz uma conta rápida e vê que o valor é pequeno e não vale a pena. Além disso, ao parcelar o pagamento, tenho um desembolso relativamente pequeno e melhor para meu caixa.

Para melhor entender o processo, vamos imaginar uma compra no valor de R$ 250,00 onde a oferta é para pagamento em 1 + 3 com cheque. Se você pagar a vista, o lojista oferece 5% de desconto. Utilizando uma calculadora financeira, chegamos à conclusão que o pagamento parcelado implica em uma taxa de 3,53% ao mês ou 51,64% ao ano. Um outro exemplo é a compra de um bem de maior valor, onde as lojas oferecem até 10 parcelas sem juros para pagamento. Contudo, se você conversar bem com o vendedor, ele pode oferecer um desconto de 15% sobre o preço do produto para pagar a vista ou mesmo em 1 parcela no seu cartão de crédito. Neste caso, calculando a taxa de juros, vemos que a taxa mensal não é muito melhor que o exemplo anterior: 3,07% ou 43,74% ao ano.

Estas taxas são muito altas se compararmos com a Taxa Selic (hoje 8,75% ao ano), a rentabilidade da Caderneta de Poupança (hoje pouco mais de 6% ao ano) ou mesmo um Fundo de Renda Fixa (que anda por volta dos 8% ao ano, dependendo do fundo). Contudo, como saber se vale a pena comprar parcelado conhecendo esta taxa? A resposta está na comparação com outras taxas. Se você tem dinheiro aplicado na Caderneta de Poupança, melhor aproveitar o desconto e pagar a vista retirando o valor da poupança. Com um pouco de disciplina você vai repondo o valor da parcela a cada mês e, neste caso, vai ganhar juros ao invés de pagar juros.

Entretanto, se você está endividado algumas considerações devem ser feitas:

  • Será que realmente eu tenho necessidade daquilo que eu quero? Esta pergunta vai ajudá-lo a reduzir seu endividamento. Se for possível adiar a compra, o melhor é utilizar o valor da parcela para reduzir suas dívidas; principalmente em cheque especial ou cartão de crédito, já que essas modalidades de crédito sempre estão com taxa superior a 8% ao mês;
  • Se não tenho outra alternativa e preciso realmente efetuar aquela compra, mesmo sem dinheiro para pagar a vista, você deve comparar qual taxa é melhor. Às vezes podem existir outras formas de tomar dinheiro com taxas menores. Daí, consultar seu banco ou mesmo um parente ou amigo que esteja com dinheiro na poupança. Se ele tem dinheiro aplicado a 0,5% ao mês, quem sabe você paga 1%, por exemplo, e ambos saem ganhando. Só não esqueça de cumprir seu compromisso para manter seu crédido sempre aberto.

Como sei que muitos não sabem como calcular a taxa de juros, disponibilizei uma planilha para o cálculo da taxa de juros na seção "Download" na minha página na Internet: http://www.aimbire.adm.br/.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Compras no supermercado: perigo para os bolsos!


Os supermercados estão presentes em nossa vida e fazem parte da nossa rotina. Afinal, todas as compras de alimentos, materiais de higiene e limpeza, bebidas e tantos outros produtos que necessitamos estão dispostos nas prateleiras, nos esperando para serem adquiridos e consumidos. Até os pequenos "armazém do seu Zé", que sempre tem perto da nossa casa para aquelas pequenas necessidades de última hora, já tomaram a forma de supermercados. Acabou-se o balcão, onde o vendedor ficava de um lado e o comprador de outro. O cliente entrava, se aproximava do balção e o vendedor lhe atendia e era ele quem se dirigia às prateleiras para buscar o produto desejado.

Esta forma de venda foi se desenvolvendo e os supermercados hoje se transformaram em lojas onde é possivel encontrar de tudo: além dos alimentos, eletrodomésticos, vestuário, louças, produtos para automóveis, materiais para pequenas reformas e tantas outras coisas. Alguns supermercados construiram um shopping center para atender outras necessidades, como bancos, praça de alimentação, lavação de veículos, pet shops, etc. ou outros shoppings centers sempre tem um supermercado como atrativo para as suas lojas.

O que quero colocar neste texto é que essa imensidão de produtos ofertados nos leva aos olhos produtos que estavam fora do nosso objetivo de compra ao ir ao supermercado, mas que, geralmente, nos fazem gastar mais do que pretendíamos ou mesmo que necessitávamos. Os produtos nas gôndolas (prateleiras) estão expostos de forma a facilitar nossa compra pela visibilidade, que nos ajuda encontrar os produtos que necessitamos, como também como uma oferta, como que suplicando: compre, compre, compre! Empresas disputam espaços nos supermercados, como as pontas de gôndolas, por exemplo. Isto porque você pode não entrar naquele corredor, mas vai passar pela frente dele e ver o produto com o grande cartaz escrito "OFERTA".

Você verá que os produtos de primeira necessidade estão sempre ao fundo da loja, como a padaria, açougue, etc. Isto faz com que você passe por diversos corredores e prateleiras antes de chegar a eles. Uma outra armadilha são produtos menores que estão perto do caixa, como balas, revistas, etc.

Neste sentido, seguem abaixo algumas dicas quando for às comprar no seu supermercado preferido:
  1. Não vá ao supermercado com fome. Isto o levará a comprar mais alimentos que a sua necessidade. A aparência dos bolos, pães e até mesmo as embalagens dos produtos o fará comprar além do que realmente necessita;
  2. Deixe as crianças em casa nas compras. Elas influenciam as decisões. Se você verificar bem, os produtos que atraem as crianças estão sempre na parte de baixo das prateleiras;
  3. Não ceda às tentações levadas pelas promoções. Verifique se realmente existe a necessidade daquele produto e se o preço realmente é uma promoção;
  4. Tenha sempre em mãos uma calculadora. Ela ajuda a calcular o preço unitário dos produtos. Por exemplo: O que é melhor: uma garrafa de coca-cola de 2,5 litros que custa R$ 3,20 ou uma garrafa de 2 litros que custa R$ 2,80? O cálculo é simples: divide-se R$ 3,20 por 2,5 litros e temos que o preço do litro, neste caso é de R$ 1,28. No outro caso, divide-se R$ 2,80 por 2 litros e temos que o litro custa R$ 1,40, ou seja, mais caro que a primeira opção. O que temos que ver se vou realmente vamos consumir 2,5 litros de coca-cola, pois comprar apenas porque é mais barato não tem sentido;
  5. Faça compras maiores e diminua a frequencia das idas ao supermercado. Quanto mais vezes você for ao supermercado maiores são as chances de levar produtos por impulso;
  6. Faça uma lista de compras. Elas ajudam a manter o foco e não comprar coisas desnecessárias.

Finalmente, fazer as compras com calma favorece a comparação preços e, consequentemente, maior poupança.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Novas cédulas do Real

O Governo lançou ontem as novas cédulas do Real. A circulação da nova cédula deve iniciar neste ano pelas notas mais altas (R$ 100,00 e R$ 50,00) e, aos poucos, vão substituir as atuais. Não há necessidade de fazer nada para substituir as que estão na sua carteira, pois o Banco Central vai colocar em circulação à medida que vai retirando as que não tem mais condições de uso.

O que me leva a fazer este comentário a respeito da notícia são, basicamente, dois pontos: o primeiro relacionado ao governo, que parece que quer deixar sua marca. Não sei quanto foi investido no desenvolvimento desta nova cédula, mas sei que a Casa da Moeda do Brasil iniciou o projeto em 2003. Só imagino a quantidade de pessoas envolvidas e o dinheiro desembolsado nesses 7 anos para lançar uma nova cédula do real. Certamente o novo formato vai ajudar a vida dos deficientes visuais, mas não sei se justifica tal gasto, já que estamos com a mesma cédula há anos e estamos nos virando muito bem com ela. Se compararmos com a moeda americana, que circula no mundo inteiro, há muito tempo mantém o mesmo formato, alterando apenas a face do homenageado.

O segundo ponto refere-se à diferenciação de tamanho das cédulas. Quem andou pela Europa nos últimos anos sabe o que é isso, pois as cédulas do Euro tem tamanhos diferentes. O complicador é o tamanho da carteira com as cédulas de maior valor. Pelas fotos publicadas não é possível ver se a altura da cédula será maior que as atuais. Se for o caso, vamos ter que adaptar nossas carteiras e modo de quardar o dinheiro. Atualmente guardo tudo em um moedeiro e espero poder continuar mantendo meu sistema, já que não gosto muito de andar com carteiras fazendo volume nos bolsos ou tendo que carregar na mão.

É isso aí! O ser humano tem uma capacidade imensa de adaptação e vamos ter que nos adaptar a esta nova forma.